Quem não morre de seu amor, dele não merece viver. Afinal viver para que? És apenas mais um corpo escorregando pela parede, arranhando as costas, se debulhando em lágrimas, caindo sobre o chão e querendo se unir a ele, pois é assim que és, chão. Onde todos pisam, com suas solas sujas de andar por esse mundo injusto. Tu és coberta por poeira, a quem ninguém ama e nem percebe. O destino da vida é a angústia, a tristeza e o medo, é o castigo de todos. Quem é feliz desafina as cordas do mundo, faz as outras pessoas castigadas a infelicidade, se sentirem miseráveis. Talvez porque a maioria não tenha grandeza para suportar tão nobre sentimento ou tão violenta dor de sua despedida. Os meros mortais apenas casam, coitados. Segundo Nietzsche "O casamento é o túmulo do amor. Foi inventado para seres humanos medianos que não são aptos nem para o grande amor nem para a grande amizade, portanto, para maioria."
O amor ocupa espaço, quando parti deixa um vazio, a própria existência já não faz nenhum sentido. Sua ausência desencadeia um sofrimento de razão absurda, é sofrer por não está sofrendo. Pouco compreensível para alguém que não conhece o amor platônico, este és o melhor caminho para conhecer o amor em sua essência mais cruel e ao mesmo tempo mais sublime. O indivíduo que possui esta flexa cravada e dolorida em seu peito, mesmo sabendo que seu futuro será preenchido de dor e que no decorrer de sua estrada só deixará as marcas de seu sangue, possui a coragem de morrer de seu amor, não porque ame alguém, mas porque ama sofrer. A paixão nada mais é que gostar de sofrer, o amor não correspondido é o melhor amor existente. Pois quando há sofrimento é porque valeu a pena.
Juliana Marques
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